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A Fotografia é para Adão Moreira, diretor da Sinais do Tempo, uma paixão que pratica apenas nas margens do tempo que a intensa atividade profissional lhe permite.
Na Exposição intitulada Silêncio(s), que apresentou em Junho, na cidade do Porto, a convite da Associação Cultural “A Cadeira de Van Gogh”, trouxe a público algumas imagens de uma temática que lhe é cara: a busca do silêncio e da quietude, como lugares para o encontro do homem com a Natureza e consigo próprio.
Apresentamos apenas algumas das fotografias da exposição, impressas em Durst Lambda e iniciadas com o seguinte texto do autor, que reproduzimos:
SILÊNCIO(S)
Procuras silêncios:
silêncios brumais, subtis, indecifráveis;
silêncios luminosos, límpidos, a perder de vista...
Procuras o silêncio e talvez ouças tudo:
rumores de barcos e de raízes,
sussurros de espelhos e de vozes,
mistérios da aurora e do crepúsculo.
Procuras os silêncios que iluminam
a perfeição do instante:
a suave respiração do céu sobre as águas,
a íntima vibração do corpo na noite que desce,
um fio de vento na estátua do esquecimento,
anjos perdidos na orla dos caminhos,
um alegre e distante chapinhar na infância.
Procuras o silêncio inclinado sobre o corpo da terra,
chave da quietude, tentativa de paraíso,
princípio e fim da criação.
Procuras o teu próprio silêncio.
Um silêncio inacessível.
Adão Moreira
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